O desafio de filmar numa ilha turística
Filmar em Fernando de Noronha foi um enorme desafio para a Sambaqui Cultural. Por se tratar de uma ilha turística e cobiçada, tudo lá era mais caro e complicado. Sabíamos disso e nos organizamos para tornar possível o projeto do documentário Proibido Nascer no Paraíso.
Após a aprovação no edital do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA/Ancine, começamos os trabalhos para a pré-produção. A primeira coisa a fazer era descobrir quantas e quais mulheres estavam grávidas naquele momento – maio de 2017. A diretora Joana Nin e a pesquisadora Sandra Nodari fizeram a primeira viagem de trabalho para a ilha e descobriram uma listagem com cerca de 50 gestantes monitoradas no serviço de Saúde da Família local. Começamos a procurá-las e conversamos com cada uma delas, realizando entrevistas prévias e acompanhando algumas rotinas.
Nesta oportunidade também apresentamos o projeto para a Administração da ilha, solicitando acesso ao atendimento que é dado à população no Hospital São Lucas, especialmente cuidados de pré-natal, e ao hotel onde ficam hospedadas as mulheres e bebês no continente. Não menos importante, solicitamos isenção da Taxa de Preservação Ambiental durante as viagens com equipe de filmagem. Sem isso, seria muito difícil avançarmos. O custo é alto por ser cobrado por dia e aumentar exponencialmente para estadias mais prolongadas. O Administrador à época, Luís Eduardo Antunes, recebeu a diretora e produtora do filme em seu gabinete e aceitou dar acesso e apoio ao projeto. Nós queríamos mostrar tudo o que acontece a uma mulher que fica grávida morando em Fernando de Noronha, inclusive a assistência. E assim foi feito.
Para as filmagens, foram produzidas duas viagens de 10 dias cada com equipe completa (6 pessoas) nas quais acompanhamos as gestantes escolhidas como potenciais personagens. Fizemos ainda mais uma viagem com equipe reduzida para captar cenas de uma das personagens que estava com menos tempo de gestação e teve o bebê seis meses depois das outras duas. E algumas idas pontuais à ilha para acompanhar momentos decisivos, como a pressão feita sobre as gestantes que desobedecem a ordem de deixar a ilha 12 semanas antes do parto. Estas investidas foram realizadas pela diretora Joana Nin e pela assistente de direção, Julia Lea de Toledo, que fizeram câmera e som adicionais nestes momentos. Uma parte do tempo de filmagem foi realizado em Recife, entre o hotel e os hospitais da capital.
A entre a pré-produção e a finalização passaram-se quase 3 anos. O trabalho envolveu mais de 60 pessoas na equipe em todas as fases. Foram 78 diárias de filmagem entre Recife e Fernando de Noronha/PE e um ano de montagem. Cerca de 100 pessoas participaram das cenas em frente das câmeras, sendo que três das gestantes filmadas conduzem a linha narrativa do filme: Harlene, Ione e Babalu (na foto – da esquerda para a direita com seus bebês George, Layla e Rihanna, respectivamente. Foto still de Elisandro Dalcin).
Antes de virar filme, o projeto foi selecionado e participou de dois laboratórios de desenvolvimento, programas de consultoria internacional: Latin America Filmmaker Workshop 2014 – Tribeca Film Institute Pocket PIC DOC – BrazilianTV Producers e Sunny Side of the Doc no RioContentMarket 2014 / consultora: Catherine Olsen
Durante a pós-produção o filme foi selecionado e participou do mercado CHILEDOC CONECTA, Santiago do Chile. Com apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
O projeto foi selecionado e participou do evento Laboratório ENCONTRO DOC IMPACTO 2019 Promovido pelo DOCSP
EM BREVE NUMA TELA PERTO DE VOCÊ
#ProibidoNascerNoParaíso
#ProibidoNascerEmNoronha
#FernandoDeNoronha
#DireitosDaGestante
#DireitosDaMulher
#ProibidoNascer
#GestaçãoLegal