Filme sobre grávidas de Fernando de Noronha estreia em março

A Sambaqui Cultural começa o ano de 2021 na preparação para a estreia de seu mais novo longa-metragem. O documentário Proibido Nascer no Paraíso estreia nos cinemas em 11 de Março, e chega ao Canal GNT no mês de maio, quando também estará disponível na Globoplay. O filme encerra a trilogia maternidade da diretora Joana Nin, composta pelos telefilmes Meu Bebê Reborn e Ultra Bebê, ambos exibidos pelo canal GNT em 2018. O longa-metragem teve sua estreia adiada por conta da pandemia, mas agora está chegando em breve a uma tela perto de você. A distribuição é da Boulevard Filmes.

O documentário Proibido Nascer no Paraíso, dirigido por Joana Nin, conta a história de mulheres residentes em Fernando de Noranha/PE impedidas de terem seus bebês no local onde vivem. Há 17 anos todas as gestantes são encaminhadas para a capital, Recife, mesmo que manifestem o desejo de ficar. O único hospital do arquipélago já teve uma sala de parto e centro cirúrgico, mas hoje faz apenas atendimentos de emergência sem maior complexidade. Casos mais complexos são transferidos em um avião ambulância. Mesmo filhos de nativas não podem vir ao mundo na terra de seus pais.

O documentário

O problema é que as grávidas são conduzidas ao continente 12 semanas antes do parto, ou passam a ser acompanhadas bem de perto até que saiam. Elas acabam ficando de três a quatro meses longe de casa, do trabalho e da família para ter um bebê. O filme acompanha a saga de três gestantes da gravidez até o parto. Ione, Harlene e Babalu vivem, cada uma à sua maneira, a frustração de serem privadas das próprias escolhas. Não se trata de uma lei, mas sim de uma determinação do Estado de Pernambuco, que administra a ilha. As três personagens são de famílias tradicionais, estabelecidas lá há mais de 50 anos.

O documentário levou três anos para ficar pronto, sendo que as filmagens foram realizadas entre 2017 e 2019 no arquipélago de Fernando de Noronha e em Recife/PE.  A diretora propõe uma reflexão não apenas ao caso das gestantes de Fernando de Noronha, mas também sobre o direito de escolha das mulheres sobre a própria gestação. “Em que momento perdemos nossa autonomia apenas por estarmos grávidas? Isso não foi sempre assim, não é admissível que não possamos mais fazer nossas próprias escolhas sobre o parto”, defende a diretora.

Campanha de Impacto

Para o lançamento, a Sambaqui Cultural mobilizou uma campanha de impacto, coordenada por Rossana Giesteira. Desde 2020, a equipe vem realizando sessões fechadas do filme com debate a pessoas ligadas diretamente ao tema gravidez e parto, ou ao direito da mulher. “Este trabalho ajuda na construção de um relacionamento empático com o publico mais ativista e engajado com as causas do filme antes de chegar às salas de cinema, ajudando depois como multiplicadores a ampliar o alcance da campanha de lançamento”, defende Rossana.

Em maio de 2020, uma mulher foi processada pelo Estado e obrigada por uma determinação judicial a deixar a Ilha aos 8 meses de gestação durante a pandemia. Noronha estava com os casos de Covid-19 zerados e Recife sofria com hospitais lotados naquele momento. Nesta época foram lançadas as páginas do filme no Instagram e Facebook junto com a campanha de impacto. A repercussão do caso foi tão grande que atraiu uma reportagem do Fantástico e outra da Revista Cláudia. 

Sinopse

Há 17 anos mulheres de Fernando de Noronha/PE são forçadas a se afastar de casa para terem seus bebês. As que se recusam são coagidas a sair, nem mesmo nativas podem optar por ficar. A proibição coincide com a explosão do turismo na ilha e gera conflito entre empresários e aqueles que têm direito à terra. O filme acompanha a saga de três gestantes de famílias tradicionais da gravidez até o parto.

Para saber mais sobre o documentário e sua estreia, acompanhe as redes sociais: Instagram / Facebook

EM BREVE NUMA TELA PERTO DE VOCÊ!