Estudo de Caso – Distribuição de Impacto

Proibido Nascer no Paraíso, um filme de Joana Nin

Fizemos o lançamento de Proibido Nascer no Paraíso, bem ali, na saída da pandemia de Covid-19. Nós da Sambaqui Cultural, a distribuidora Boulevard Filmes e a equipe de impacto. A seguir, vamos contar um pouco como tudo aconteceu e esperamos, assim, incentivar outros realizadores a não aceitar que seus filmes acumulem poeira!

 

Este estudo de caso traz um balanço dos resultados e um memorial do projeto de distribuição do filme. O compilado é destinado tanto àquelas pessoas envolvidas com o debate em torno do tema da violência obstétrica, quanto aos realizadores que desejam entender um pouco melhor como uma campanha de impacto atrelada à estratégia de distribuição comercial de um filme é desenvolvida e organizada.

logomarcas dos patrocinadores e parceiros

abre aspasEu acredito que a melhor forma de lançar um documentário relacionado a uma causa é aliar a força da campanha de impacto social ao poder de fogo do lançamento comercial. Transformar o engajamento de ativistas em alcance de público, seja ele pagante ou não. Coordenar as ações nas duas frentes potencializa os resultados e faz com que o filme tenha mais chances de ‘acontecer’, ou seja, tornar-se conhecido por aquelas pessoas que podem se beneficiar dele. Assim, de alguma forma, o documentário pode colaborar com importantes transformações sociais, ainda que não tenha o poder de produzi-las de forma isolada.

Joana Nin

Joana Nin, diretora e produtora

Projeto inovador de distribuição

Lançamento Comercial & Campanha de Impacto Social

A distribuição do longa-metragem Proibido Nascer no Paraíso foi realizada entre 2020 e 2023 por um time dedicado a testar a união entre as estratégias comerciais e os objetivos sociais do documentário. O filme ficou pronto em 2020, bem no começo da pandemia de Covid-19. Então, até mesmo a carreira de festivais de cinema foi afetada. Nem por isso a obra ficou distante do público, muito pelo contrário! Neste case você vai conhecer nossos principais resultados e os aprendizados que nos fortalecem para as novas jornadas.

Organização das Ações

Fase 1

Maio a dezembro de 2020

Totalmente online, anterior ao lançamento comercial, com sessões debate para grupos fechados e a criação das redes sociais do projeto.

Fase 2

Fevereiro e junho de 2021

Estreia no cinema e nas plataformas de streaming.

Fase 3

Segundo semestre de 2022 e primeiro de 2023

Campanha de impacto social associada a uma turnê de relançamento nas salas de cinema, reabertas e novamente frequentadas.

Principais datas

Linha do Tempo

 

Sobre o que é o filme?

TEMAS Gravidez e parto, violência obstétrica, direitos humanos, mulher, direito de escolha. Proibido Nascer no Paraíso acompanha três gestantes de Fernando de Noronha e investiga por que há quase duas décadas as mulheres grávidas, mesmo as nativas, são forçadas a deixar a ilha para terem os seus bebês longe de casa.

Temas

Gravidez e parto, violência obstétrica, direitos humanos, mulher, direito de escolha.

Proibido Nascer no Paraíso acompanha três gestantes de Fernando de Noronha e investiga por que há quase duas décadas as mulheres grávidas, mesmo as nativas, são forçadas a deixar a ilha para terem os seus bebês longe de casa.

Sinopse

O documentário Proibido Nascer no Paraíso acompanha a saga de Ione, Harlene e Babalu, gestantes de Fernando de Noronha/PE, durante a jornada para se tornarem mães. A única ilha oceânica habitada do Brasil em 2004 suspendeu os serviços de maternidade no único hospital local. Desde então, as mulheres de lá são enviadas para bem longe de casa 12 semanas antes da data prevista para o nascimento do bebê. Nem as nativas conseguem ficar, mesmo as que manifestam este desejo são levadas a sair. Com o passar dos anos, o turismo se tornou prioridade e as famílias tradicionais passaram a disputar o espaço que um dia foi de seus antepassados. Bebês nascidos hoje podem ser adultos a brigar por direitos amanhã.

Assista o Trailer

Lançamento comercial
& campanha de impacto

Principais resultados – 2020 a 2023

Orçamento

Fase 1

R$ 1 mil

(distribuidora)

Fase 2

R$ 35 mil

(distribuidora)

Fase 3

R$ 200 mil

(recursos incentivados: Profice/PR – Copel)

Público

Fase 1
maio a dez. 2020

Público de impacto:

2.500 pessoas

Público de salas de cinema:

——

Fase 2
fev. a junho 2021

Público de impacto:

1.000 pessoas

Público de salas de cinema:

54 ingressos

Fase 3
set. de 2022 a início de 2023

Público de impacto:

4.000 pessoas

Público de salas de cinema:

1.129 ingressos

A campanha de impacto associada ao lançamento comercial, realizada com o aporte do incentivo fiscal em 2022, fez o público oficial do filme crescer

 

2.300 %

1283

Público total em salas de cinema

O documentário entrou em cartaz em 16 salas de cinema de 9 cidades e teve 18 sessões-debate presenciais com participação da diretora, além de interesse significativo por sessões em escolas, universidades e grupos fechados, realizadas de forma independente pelos interessados.

7500

Público de impacto estimado

22 entidades
ligadas ao tema do documentário se engajaram no lançamento.

carimbo fase 1Fase 1

Como começou a campanha de impacto?

Online | maio a dezembro de 2020

Em plena pandemia, sem condições de lançar o documentário como planejado no projeto de distribuição, a diretora Joana Nin e a produtora de impacto Rossana Giesteira decidiram começar a trabalhar da forma possível naquele momento: online. Normalmente os filmes lançados com esta estratégia social começam a campanha com a realização de sessões-debate presenciais junto ao público-alvo, ativistas da causa do filme e simpatizantes. Mas com todo mundo trancado em casa e a convivência social desencorajada mundialmente, era preciso inovar.

 

Foram construídas parcerias com diversas entidades dedicadas à questão feminina, gravidez e parto, uma lista que chegou a somar 22 organizações ao final do projeto, a exemplo da Fiocruz – projeto Nascer no Brasil, OAB Mulher, Rede Rehuna e B2Mamy. As sessões aconteceram por meio de plataforma digital contratada pela distribuidora parceira, Boulevard Filmes. Os debates foram acalorados! De norte a sul do País, aquelas pessoas que ansiavam pelo documentário porque ele convergia com seus temas pessoais, foram somando forças e trazendo outros públicos. A diretora Joana Nin participou de lives de parceiros para falar sobre o filme e do Workshop do BrLab de distribuição de Impacto.

FASE 1: Veja fotos, vídeos e mais informações da campanha de impacto

Fiocruz: Projeto Nascer no Brasil – Rio de Janeiro/RJ | OAB Pernambuco: Comissão da Mulher Advogada – Recife/PE | OAB MULHER – Rio de Janeiro/RJ | B2Mamy: A maior comunidade de mães no Brasil – São Paulo/SP | CPN: Centro de Parto Normal – Floripa/SC | Grupo Curumim – Recife/PE | Rehuna: Rede pela Humanização do Parto e Nascimento – Brasília/DF | Instituto Aurora: Educar em Direitos Humanos | BR LAB | PUCPR: Pontifícia Católica do Paraná – Curitiba/PR| Conexão UP: Universidade Positivo – Curitiba/PR

 

O lançamento das redes sociais do filme – Instagram e Facebook -, em maio de 2020, marca o início desta campanha.

 

       

 

A cobertura da mídia foi fundamental para potencializar os resultados da campanha de impacto. Algumas reportagens deram bastante destaque ao filme, atraindo a atenção de mais e mais pessoas.

carimbo fase 2Fase 2

Lançamento comercial

Presencial e online | fevereiro e junho de 2021

A comunidade de Fernando de Noronha/PE foi a primeira a receber sessões do filme, realizadas em fevereiro de 2021 como pré-estreia. Em abril de 2021. o Cine Paradiso, em Florianópolis, realizou a primeira cine semana do filme.

 

No dia 1º de maio daquele ano, o documentário estreou no Canal GNT, referência entre os canais femininos no Brasil com 13 Milhões de pessoas na sua audiência e ficou disponível na plataforma de streaming Globoplay que possui 30 milhões de assinantes no Brasil.

 

Nesse período, a campanha nas redes sociais ganha fôlego e cresce o engajamento do público. Jornais, rádios, TVs e blogs também disseminaram o filme e começamos a receber o reconhecimento da crítica especializada e convites para entrevistas.

FASE 2: Veja fotos, vídeos e mais informações da campanha de impacto

Fotos da pré-estreia em Fernando de Noronha, fevereiro de 2021

 

 

O lançamento comercial teve que esperar pouco mais de um mês para acontecer, pois vivíamos a segunda onda do Covid e as salas fecharam novamente. O Cine Paradiso, em Florianópolis, realizou a primeira cine semana do filme apenas a partir de 15/04/2021. Logo depois, demos uma pausa e fomos para o digital.

 

No dia 1º de maio de 2021, mês das mães, o documentário estreou no Canal GNT, referência entre os canais femininos no Brasil com 13 Milhões de pessoas na sua audiência e foi disponibilizado na plataforma de streaming Globoplay que possui 30 milhões de assinantes no Brasil.

GloboPlay

Nesse período, a campanha nas redes sociais ganha fôlego com o trabalho especializado de produção de conteúdo para o lançamento. O engajamento do público foi significativo. Recebemos comentários, compartilhamentos e muitas, muitas mensagens de pessoas interessadas no filme. (Clique na imagem para ver em tamanho maior)

 

Jornais, rádios, TVs e blogs – a assessoria de imprensa contratada pela distribuidora, Sinny Assessoria e Comunicação, disseminou o filme e começamos a receber o reconhecimento da crítica especializada e convites para entrevistas.

Estúdio CBN – Entrevista. 04/03/2021.

Metrópolis – TV Cultura. 17/03/2021.

Relatório da Assessoria de Imprensa

carimbo fase 3Fase 3

Campanha de Impacto &
relançamento comercial

Presencial e online | junho a dezembro de 2022 e início de 2023

O projeto de distribuição de impacto do documentário Proibido Nascer no Paraíso estava selecionado no edital Profice-PR para captação de recursos do ICMS do Estado do Paraná desde 2020, mas a pandemia também retardou muitas ações de fomento. Apenas em junho de 2022 conseguimos os recursos necessários para a realização da campanha.

 

O patrocínio da Copel tornou possíveis as ações que mais geraram a aproximação do filme com o público. Depois de dois meses de preparação, Proibido Nascer no Paraíso pousa no Cine Passeio no dia 20/10/2022, em Curitiba, com sessão e debate lotados!

FASE 3: Veja fotos e mais informações da campanha de impacto

Fotos da sessão no Cine Passeio, dia 20/10/2022, em Curitiba.

 

9 municípios do Paraná receberam sessões-debate do filme, quase todas com a presença da diretora Joana Nin – Curitiba, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Irati, Fazenda Rio Grande, Campo Mourão, Campo Largo, Medianeira. E em 6 destas cidades entramos em cartaz também nos cinemas.

 

Maringá

 

Foz do Iguaçu

 

Curitiba

 

Mas não paramos por aí. Fizemos uma itinerância do documentário com sessões debate em outros estados também: Rio de Janeiro/RJ; São Paulo/SP; João Pessoa e Campina Grande/PB; Natal/RN; e Recife/PE.

 

As redes sociais voltaram a ficar agitadas com a oferta de exibições do filme – inclusive na plataforma Taturana Mobi, para exibições coletivas não comerciais. Foram muitos debates e interações com públicos diversos.

 

Em dezembro de 2022 encerramos a turnê, mas o filme ainda ficou disponível na plataforma Taturana. Ficamos com o coração quentinho e a certeza de que valeu a pena o esforço de toda a equipe. Cada um de nós se empenhou para que o documentário Proibido Nascer no Paraíso chegasse a mais e mais pessoas – fosse visto e debatido. E que um dia possamos parir e nascer de forma mais respeitosa.

Estudo de Impacto de Mídia

Relatório de Clipagem

Alguns comentários de participantes dos debates de impacto

Clique nas fotos para ver vídeos do debate

Daphne Rattner

abre aspasEu conheci professores de Obstetrícia que colocavam tranquilamente, ‘olha, parto é uma coisa muito simples: motor, objeto e trajeto’. “Motor” é o útero da mulher que empurra, “objeto” é o feto e “trajeto” é a vagina. Então, é contra essa visão mecânica que vem a proposta de humanizar, para lembrar que a mulher não é um útero, ela é um ser humano; o feto não é um objeto que vai sair da mulher; e a vagina não é só um trajeto, ela faz parte da mulher. E nem o profissional de saúde é o mecânico que vai consertar esse “motor” se ele tiver algum problema, se ele “enguiçar”.

Daphne Rattner – Médica, professora da UNB e Pres. da Rede ReHuNa

Maísa Melo

abre aspas

As mulheres precisam fazer parte dessa decisão. Assim, muitas vezes até em situações em que é necessário, de fato, a ida até o continente, isso vai ser aceito de uma forma mais tranquila porque ela fez parte daquela decisão. Não exatamente da forma como o filme mostra, como algo velado, de dizer que a mulher não tem cuidado com o seu bebê. Isso (essa estratégia) é usado para com todas as mulheres, usado com mulheres de classe média alta para serem convencidas a se submeter a uma cesariana, por exemplo. A gente precisa garantir o direito à informação de qualidade para que ela possa exercer, na sua plenitude, o seu direito à autonomia do próprio corpo.

 

Maísa Melo – Promotora de Justiça e idealizadora do Projeto Humanização do parto do MPPE

Dra. Melania Amorim

abre aspasA revolução jamais irá surgir, se desenvolver e ter êxito dentro da categoria médica. Isso é irreal, você não vê em canto nenhum uma revolução, uma mudança de modelo, induzida pelos opressores, isso não existe. Então, a revolução há de vir das mulheres porque ela vai ser feminista, ou não será.

Dra. Melania Amorim – MD, PhD, Professora Universitária, Médica Ginecologista e Obstetra.

Maria do Carmo Leal

abre aspasEm vários lugares do mundo há mulheres parindo em pequenos lugares, com profissionais da saúde assistindo e fazendo a seleção daquelas que têm complicações.(…) Há condições de se conhecer o que se passa em outros lugares onde a mulher é mais respeitada para que as nossas mulheres brasileiras possam também ser respeitadas, e parir onde elas vivem. Eu acho que isso é viável, e tem sido viável fora do Brasil.

Maria do Carmo Leal – Coordenadora do Estudo “Nascer no Brasil”, ENSP FioCruz

Fabiana Leite

abre aspasAqui em Pernambuco, a Comissão da Mulher Advogada assistiu a esse filme numa sessão privada. Todas as integrantes da comissão – acho que foram mais de 50 – que assistiram esse filme, todas ficaram atordoadas em relação ao que acontece na ilha. Mas não é somente na ilha, é importante dizer que milhares de mulheres, na verdade, não podem tomar decisões essenciais sobre seus corpos. (…) É um problema nacional, é um problema planetário.

Fabiana Leite – Presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/PE.

Mayara Abdul-Khalek,

abre aspasAchei o documentário importantíssimo, é preciso continuar falando sobre esse assunto, sobre violência obstétrica, sobre como as mulheres têm os seus direitos o tempo inteiro deturpados e ameaçados pelo Estado. Então, o que a gente vê ali é mais uma tentativa de controle dos corpos femininos. É muito importante permitir que essas mulheres possam parir onde elas escolham, que tenham essa autonomia.

 

Mayara Abdul-Khalek, ginecologista e obstetra, ativista pelo parto humanizado.

Balanço

Proibido Nascer no Paraíso
case de distribuição

Lançamento Comercial & Campanha de Impacto Social – 2020 a 2023

Nossas motivações

 

  • Encorajar mudanças de mentalidade e na forma de respeitar a ancestralidade dos povos locais e os direitos da mulher durante a gravidez e o parto.
  • Desnaturalizar a ‘violência em forma de assistência’ a que as mulheres grávidas são submetidas e propor uma forma mais respeitosa de tratar todas as gestantes.
  • Criar empatia ao combate da violência obstétrica para que haja mais informações e respeito às escolhas individuais de cada uma na gravidez e do parto.
Foto de personagens do filme com suas crianças
foto de Ione, grávida, em Noronha

Aprendizados

 

  • As ações da campanha de impacto podem e devem começar antes mesmo do filme ter verbas para a distribuição, desde que haja pessoas dispostas a organizar e propor as atividades a grupos afins da causa.
  • A campanha proposta para a fase 3 deste projeto precisaria de mais tempo para atingir melhores resultados. A programação das salas oficiais não anda junto com as demais ações de impacto, então a campanha precisa começar bem antes da equipe de programação dos cinemas entrar em ação.
  • A divulgação continua sendo a principal dificuldade no lançamento de documentários sociais, mesmo que a proliferação das redes sociais e o engajamento de ativistas, pessoas e organizações colaborem neste sentido.

Engravidar tem sido razão suficiente para mulheres perderem autonomia sobre o próprio corpo, fazendo do Estado uma espécie de “tutor”, tomando por nós decisões que muitas vezes contradizem nossos interesses, anseios e desejos.

No caso do arquipélago de Fernando de Noronha, por ser um local muito sui generis em alguns aspectos, esta intervenção oficial se torna muito mais aparente e determinante.

Quer promover a sua sessão de impacto?

Elaboramos esse Guia especialmente para orientar debates sobre o documentário.

 

O Guia para sessões de impacto é um material preparado durante a campanha de impacto. Está disponível gratuitamente para quem quiser promover sessões-debate do documentário.

 

Você também pode agendar uma sessão de impacto para o seu grupo.

capa do Guia de Impacto

Algumas palavras da diretora

Oriento meu trabalho pensando em fazer filmes que sejam capazes de mudar alguma coisa na sociedade, ou pelo menos jogar luz sobre algo que estava escondido. Seja uma mudança pequena ou estrutural, o cinema para mim passa por isso: transformação. Mas no mundo do documentário, há um obstáculo tão grande quanto desolador, que é a dificuldade de fazer com que o público descubra que nossos filmes existem. Sou inconformada com isso, a gente não faz filmes para deixá-los dormindo na prateleira depois. E foi esse sentimento que me fez ser atraída pelo movimento mundial e crescente em torno do documentário de impacto. Desde que lancei meu primeiro longa, em 2015, pesquiso formas de trabalhar para atrair público. Decidi dedicar meu mestrado a este tema e em agosto de 2022 defendi a dissertação Filmes para Mudar o Mundo: produção e distribuição de documentários de impacto social (PUC-RJ). Busquei investigar como funciona essa nova metodologia de distribuição, uma associação entre engajamento social e comunicação estratégica, voltada para as transformações sociais. Há exemplos de sucesso na Inglaterra e nos Estados Unidos, em que os documentários conseguem, de fato, provocar discussões e desencadear mudanças que vão impactar positivamente a vida de diversas pessoas e transformar contextos. Então acredito que sim, é possível realizar documentários que tenham apelo de público.

 

No Brasil, estamos “experimentando” como isso funciona na prática e eu resolvi testar esse método na campanha de impacto do meu filme Proibido Nascer no Paraíso. Isso partiu de alguns questionamentos. Como assim, as mulheres não podem escolher nem mesmo onde e como querem ter seus bebês? Que regras são estas que nos impedem de decidir sobre nossos próprios corpos, simplesmente porque estamos grávidas? É daí que surge o desejo de chamar mais gente para pensar sobre isso, porque quando a sessão do filme acaba, essas perguntas não podem ficar sem resposta. Precisamos provocar a reflexão e chamar a atenção para algo que existe e está escondido em muitos “paraísos” turísticos em todo o país. Espero que o filme tenha de alguma forma contribuído para aprofundar este debate. Agradeço a quem esteve conosco nessa empreitada.

Joana Nin olhando na câmera

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – ODS que o filme cumpre

ODS 3

Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades.

ODS 5

Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

ODS 10

Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.

Expediente

Equipe de distribuição · campanha de impacto & lançamento comercial 

Direção e produção · executiva Joana Nin; Produção de lançamento · Letícia Friedrich e João Saldanha/ Boulevard Filmes; Programação de salas · Letícia Santinon, Elói Pires e Talício Sirino (PR). Produção de Impacto · Rossana Giesteira (coordenação) e Linda Marina. Articuladora local · Carolina Damião; Assistente de articulação local · Fabiana Motooka; Designers gráficos da campanha · Marcellus Schnell e Martha Barros; Assessoria de imprensa e redes sociais · Paula Ferraz e Txai Ferraz (fase 2); Larissa Biscaia e Beatriz Ponte (fase 3); assistente de produção executiva · Sabrina Trentim e Paty Muri. Criação do guia para sessões de impacto · Sabrina Demozzi e Matheus Coimbra. Agradecimento · Andreza Rodrigues; Parceria de exibições de impacto · Taturana Mobilização Social; Tradução de textos · Paulo Scarpa; Landing Page · Rogério Mosimann – Infomídia.

 

Ficha técnica do filme · Proibido Nascer no Paraíso (78’, BR, 2021)

Produção · Joana Nin e Ade Muri / Sambaqui Cultural; Direção · Joana Nin; Roteiro · Joana Nin; Sandra Nodari e Julia Lea de Toledo; Pesquisa · Sandra Nodari; Assistente de direção · Julia Lea de Toledo; Produção Executiva · Joana Nin e Chris Spode; Direção de Fotografia · Rafael Mazza, Elisandro Dalcin e Cosmo Roncon Jr.; Fotografia adicional e drone · Fábio Borges; Som Direto · Roberto Oliveira; Direção de produção · Paula Alves; Montagem · Nina Galanternick; Produtor de Finalização · Ade Muri; Trilha sonora original · Fábio Nin; Design Gráfico · Marcellus Schnell; Supervisão de edição de som · Miriam Biderman, ABC. Desenho de som e mixagem · Ricardo Reis, ABC.

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