Lançamento de documentário combina comunicação estratégica com mobilização social

Turnê do longa-metragem “Proibido Nascer no Paraíso”, dirigido por Joana Nin, percorre do Sul ao Nordeste do país com campanha de impacto.

A união entre o cinema como ferramenta de transformação social e a comunicação estratégica compõem uma nova lógica de distribuição para documentários que vem sendo chamada de “campanha de impacto”. Nesse formato, o lançamento começa ainda durante a produção e segue por muito tempo depois da data oficial da estreia. A proposta é buscar caminhos para atuar em parceria com o engajamento do público mais interessado nos temas do filme, seja ele composto por ativistas ou simpatizantes da causa social em questão. No caso de “Proibido Nascer no Paraíso”, de Joana Nin, a mobilização procura sensibilizar as pessoas para o combate à violência obstétrica, especialmente aquela mais velada e sistematizada, que tira da mulher o protagonismo sobre o próprio parto.

O documentário se passa em Fernando de Noronha/PE, a paradisíaca ilha turística que submete as mulheres grávidas a uma situação dramática, mesmo sendo próspera. Elas são afastadas de casa, da família e do trabalho apenas porque querem ser mães. Mesmo as nativas e as gestantes de baixo risco são impedidas de recorrer ao Hospital São Lucas, o único do distrito estadual, para parir. Todas são enviadas para a capital, Recife, até 12 semanas antes da data prevista para o nascimento. Mas não foi sempre assim, até 2004 os bebês podiam chegar direto no ninho das famílias locais, que pouco a pouco vão perdendo espaço para o turismo. O filme acompanha a saga de Harlene, Ione e Babalu, três mulheres da ilha em busca de respeito às próprias escolhas, enquanto são feitas reféns do sistema.

A campanha de impacto se propõe a levar o filme até o público interessado, esteja ele onde estiver. Os grupos ligados à causa recebem o documentário para realizar sessões gratuitas com debate e em retribuição, colaboram na divulgação, especialmente via redes sociais, entre vários outros apoios possíveis. É um jogo de ganha-ganha que potencializa as chances do filme se tornar conhecido pelas pessoas que podem se beneficiar dele. A estratégia pode ser combinada com o lançamento comercial, uma vez que acaba colaborando na promoção do título, coisa que os documentários têm dificuldades de fazer em razão das verbas limitadas para publicidade e distribuição. “O audiovisual é uma ferramenta com o poder de mudar o mundo. O cinema tem a capacidade única de envolver e conectar pessoas, transformar comunidades e melhorar as sociedades”, acredita Rossana Giesteira, produtora de impacto do documentário.

Para fomentar os debates, foi produzido um Guia Interativo voltado às sessões de impacto, com 41 páginas. São informações sobre o filme e acerca do tema, reunidas a partir de fontes diversas, organizadas de forma a facilitar a condução do bate papo após as sessões. O documento tem distribuição gratuita e pode ser acessado neste link. “Nós achamos fundamental fornecer um material de qualidade para que as pessoas empenhadas na mobilização possam organizar encontros propositivos em torno do documentário. Depois de assistir e debater, quem quiser ainda pode dar sugestões para aumentar a autonomia da mulher durante a gravidez e o parto através de um formulário postado no Linktree do filme. Vamos reunir tudo, organizar e entregar aos congressistas que assumem em 2023, assim como ao governo federal. Porque esse problema não acontece apenas em Fernando de Noronha, precisamos pensar em formas mais respeitosas de nascer no Brasil, como um todo”, explica a diretora Joana Nin.

O projeto de lançamento de impacto do documentário “Proibido Nascer no Paraíso”  tem a coordenação da produtora do filme, Sambaqui Cultural, em parceria com a Boulevard Filmes, a distribuidora. As ações foram viabilizadas pelo edital do Profice/PR, com patrocínio da Copel. A campanha já chegou a 15 municípios de forma presencial e inúmeros outros em eventos virtuais, ou promovidos em parceria com a Taturana Mobilização Social.

 

Serviço:

Documentário: Proibido Nascer no Paraíso

Informações sobre o filme e a campanha:

https://linktr.ee/proibidonascernoparaiso

Para organizar uma sessão, acesse:

http://www.taturanamobi.com.br/film/proibido-nascer-no-paraiso

 

Produção: Sambaqui Cultural

Distribuição: Boulevard Filmes

Fomento: Ancine/FSA/BRDE

Incentivo (distribuição): Copel, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), Paraná Profice, Secretaria de Comunicação e Cultura do Paraná

Apoio: Tribeca Film Institute, Effects, Link Digital, Infraero, Dix Empreendimentos, ICMBio, Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, Atalaia Noronha, Pousada Tio João, Pousada Alvorada, Pousada Miragem, Pousada Mabuya, Babalu e Matic